segunda-feira, 4 de junho de 2012

Copacabana


Dos devaneios do primeiro encontro,
Os sonhos da juventude,
De tantas passagens de tempo, tantos desencontros...
E encontrar-te agora... Plenitude.

A tal previsão de chuva era engano,
O sol se abriu como que por encanto,
Às margens de Copacabana, no forte, nossa fortaleza,
De um abstrato sentimento a real certeza...

Reencontrei enfim minha alma,
Refiz de mim a calma,
Ergui a cabeça e a olhei nos olhos...
Afirmei; Tenhamos os seus, meus, os nossos!

O mar nos abençoou com outra perspectiva,
Partículas de luz refletindo em sua face,
O Rio como cenário e uma assertiva;
Que nossos corações se entrelacem.

E o mito do primeiro encontro se quebra,
Pode sim ser perfeito,
Depende de quem você espera.

Uma vida de espera recompensada,
Que tenha em ti a minha amada,
Não só para este dia, mas sim...
Até o fim do meu fim, enfim.
Que nunca se acabe.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Quem sois vós?


Sim, voltei a sorrir,
Dos motivos mil,
Um é raiz...
Toda culpa, sim, tem dono,
E eu, antes tristonho,
Encantei-me sem sentir,
Tomara-me pela mão,
Conduzira-me ao que estava por vir,

Tanto ainda por viver,
E com ela, o que tenho eu a temer?
Permaneço na vanguarda,
Assim sou,
Mais um dos ditos
Românticos assumidos,
Algum motivo para isso restou,
Eis que surge minha resposta,
Tão formosa, tão garbosa,
Com covinhas e tudo,
Dona de um sorriso que me aquece a alma,
Sorrisos... Isso em mim agora não falta,
Desde que você chegou...

Quem sois vós,
que me aquecera a alma?
Quem sois vós,
que com tua pele clara
e jeito doce,
permeou meus sonhos
e tornara-me um ser feliz?
Pergunto-me de que dimensão nós somos,
De que planeta nós viemos... ?
Mas do que isso importa agora,
se enfim nos encontramos.
E a pergunta se propaga em ecos
dentro de nós,
Quem sois vós?
Eu vos respondo...

Sois o sonho realizado.
Sois o que mais desejei ter encontrado.

domingo, 13 de maio de 2012

Dar Valor


Queria apenas um sorriso teu,
Daqueles da época das flores dos campos.
Daqueles inesperados, perfumados de tão apaixonados...
Lembranças de quando descobri tuas flores prediletas,
De quando tua boca era minha... E em mim se encontrava de tão perdida.

Das surpresas que lhe trazia, mas que tu só deste valor quando cessou.
Assim como eu com teu amor... 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Bom dia!


Lindo dia faz la fora,
Vou na rua ver o céu,
De tão Azul conforta.
Espero tanto, mas que demora!
Quando será que ela retorna?
Deixo o sol aquecer-me a pele,
Que seja um dia, mais um dia,
De saudades, de nostalgias...
Lindo dia para pensar em ti,
Lembro do brilho de sol em teus cabelos,
Ponho-me em apelo; que seja  dia de te ver logo.
E vou desejando-te um bom dia,
Todo os dias quando acordo.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Oh, paixão!


Quão pungente és, paixão?
Alimenta-se do ócio, da beleza, da avareza...
És ópio! És egoísmo maquiado, és desejo abastado!
Momentaneamente... Faço-me claro?

Queima-me a alma como se em brasas eu pisasse,
Arrepia-me a pele, acelera-me os batimentos,
Desnorteia-me a consciência, confunde-me os atos,
Minha libido transborda, meus lábios se apavoram...
E me torno o ser enjeitado.

Fazes de mim ser impulsivo,
Aquecido em teu egoísmo,
‘Só minha! Só a mim!’
Desejo escondido...

Abraço, aperto e digo: ‘Não largo!’
Quero para mim, quero para si...
Quero ser feliz consumindo tua felicidade.

Passo dias buscando-a,
Importunando-a com minha presença...
Mas muitas vezes sem ser notado.

Consuma minha juventude! Oh, paixão!
Pois sem minha bela nada me vale.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ri-me


Ri-me da falta de sorte,
Das desventuras sem mortes,
Ri-me das trapalhadas repetidas,
Das falácias absorvidas.

Por vezes falei contextualmente,
Outras tantas polidamente,
Omiti e desconversei falhas recorrentes,
Mas ri-me de mim, divertido, incoerente...

Os tropeços e tombos não mais agudam em dor,
Apenas se compõem aos sorrisos, sem rancor,
Ri-me hoje ao te descobrir imperfeita,
Sabido disto já eu tinha, mas tenho por hábito prolongar a desfeita.

Ri-me destoante, às gargalhadas enfadonhas,
Para ti, já não me pareces medonha.
Controlo-me buscando o ar,
Ufa! Agora podes ter certeza...
Feliz daquele que admite suas impurezas.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ímpeto


Nunca saberás do ímpeto de saltar-lhe de súbito
E sugar-lhe a alma num só beijo,
Aspirando todo teu natural perfume,
Guardando-o para sempre em meu âmago...
Protegido de todo e qualquer esquecimento.
Saciando momentaneamente a dor de não mais te ter.
Um paliativo a esta alma enferma...

Ouvir-te a voz sem nem ao menos que se dirija a mim
Já me é escandalosamente inebriante,
Então nem imaginas o que senti ao escutar-lhe poucas palavras direcionadas.
Eu por dentro em um emaranhado de sensações,
Num rigoroso mantra contínuo:
“Seja minha... Seja minha... Seja minha...”
Vibrando internamente, desejando tua saliva,
A seda da tua pele e o veludo da tua língua.

Mas nada acontece...
Minhas pernas fraquejam,
Minha coragem se intimida e desaparece...
Calo-me pensativo e deixo às preces...
Que as divindades me ouçam e um dia, quem sabe...
Você se lembre de que sou eu quem te merece.