segunda-feira, 7 de maio de 2012

Oh, paixão!


Quão pungente és, paixão?
Alimenta-se do ócio, da beleza, da avareza...
És ópio! És egoísmo maquiado, és desejo abastado!
Momentaneamente... Faço-me claro?

Queima-me a alma como se em brasas eu pisasse,
Arrepia-me a pele, acelera-me os batimentos,
Desnorteia-me a consciência, confunde-me os atos,
Minha libido transborda, meus lábios se apavoram...
E me torno o ser enjeitado.

Fazes de mim ser impulsivo,
Aquecido em teu egoísmo,
‘Só minha! Só a mim!’
Desejo escondido...

Abraço, aperto e digo: ‘Não largo!’
Quero para mim, quero para si...
Quero ser feliz consumindo tua felicidade.

Passo dias buscando-a,
Importunando-a com minha presença...
Mas muitas vezes sem ser notado.

Consuma minha juventude! Oh, paixão!
Pois sem minha bela nada me vale.