quarta-feira, 28 de março de 2012

Clamor

Clamo por tudo que há de mais sagrado em ti,
Desde um pequeno sorriso ao o que é infinito.
Regozijo-me pelo retorno de tua presença em mim,
Claro está de que nunca partiu de fato,

Clamo por tua boca em mim,
Delicada e suave,
Sussurrando carinhos, assim...
Com palavras que penetrem o âmago de verdade.

Clamo por teu carinho,
Dedos entrelaçados sem destino, ou quase.
Retumbando canções de paz, regadas à vinho,
Bebida de romance, pois isso é o que nos cabe.

Clamo ao menos por tua presença,
Por teus olhos, para que o brilho e desejo deles brotem,
Empatados por um mundo de diferenças
Que há tempos nos consomem.

Clamo por tua voz,
Pois sempre que a ouço me renovo,
Iluminando minha vida como dois sóis,
Nem todos têm a mesma sorte, esbanjo, nunca esnobo.

Todo esse clamor é desejo de você,
É desejo por você,
É desejo... É carinho... É querer.

É clamor de afeto,
De carinho repleto,
Pois para sempre a espero...

Clamor fomentado por tuas fotos,
Essa é tua única presença constante,
Carrego para onde quer que eu vá o clamor do teu nome.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Estação do Engenho de Dentro (maio/2011)
Diogo Souza Jr.

O que era mesmo?

A transmutação involuntária do olhar,
Dias atrás olhava com admiração,
Hoje já não mais,
Não percebi quando fora dissipar.

Mas é clara a abnegação,
Do que um dia já nos foi eterno.
É prático quando não se tem zelo,
Definha, nem pra tudo se tem esmero.

Algumas vezes nem boas lembranças restam,
Apenas morreu, foi parar onde ninguém perdeu.
Aos olhos não mais encantam.
O que era mesmo? Esqueceu...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Definitivamente - Bruna Alves/Diogo Souza Jr.

Essa é uma letra minha que minha amiga linda, da voz angelical, Bruna Alves resolveu musicar.

Faz parte da trilha sonora da minha vida, obviamente.





"Arranjo arranjos para meus ornamentos,
Distraio-me fora de mim, sem sentimentos...
Para não lembrar o que sinto por ti,
Para que nunca traga a dor que hoje senti.
Quando resolverdes definitivamente me encontrar,
Eu estarei aqui pra ti."



Beijos, Bubu!

Impermeabilidade emocional - O mito

A falsa sensação de segurança deixada pela desesperança,
Distanciando de mim prováveis dores,
Deixando-me ao conforto solitário de aprofundar-me em mim mesmo,
Incredulidade nas palavras, nas fantasias, nas companhias...

Certeza profana de que me tornei um ser humano intangível,
Inerente a tantas peculiaridades de seres alheios.
Não sou do tipo que culpa o mundo,
Afinal de contas ele é repleto de pessoas para eu culpar.

E dos sentimentos que brotam quando os tento suprimir,
Mesmo conhecendo-os profundamente,
Mesmo sabendo que o fim trará dor,
Enfio-me em suas nuances, acolho-me em seus braços,
Esperando um futuro tão saboroso quanto o presente me é.

E o ciclo se recicla...
Sofrerei mais um pouco e depois acreditarei cegamente que aprendi.
Escolherei, com ares de interlocutor, minhas novas companhias,
Fingirei um controle atordoado,
Exalarei ares de arrogância para camuflar minha insegurança.

Descansarei a cabeça em travesseiro de pedra,
Fingindo-me relaxado, fingindo-me consciente.
Isolado dos amores terrenos, buscarei o amor divino.
Quão tolo seria a ponto de negar-me os sentidos?

Queixo-me da insegurança,
Deixo-me enganar pelo aprendizado terreno,
Dor traz conhecimento...
Amargura a alma e o salva de possíveis desilusões...
Se assim é, para que viver então?

terça-feira, 20 de março de 2012

Sem vontade

Sem vontade de tanta gente, nos mais chegados um abrigo... No resto do mundo... É melhor manter-se distinto. Quem sou eu para julgar? Respeito suas diferenças, só vos peço para que não tentes aproximar-se. Não traga sua vã consciência de um mundo torto ao meu encontro, não traga imbecilidade existente há séculos para meu convívio. Há muito já se sabia que as tolices e os despautérios preencheriam o mundo. Afinal de contas os racionais se enclausuram, evitam os fúteis, então estes preenchem o espaço com suas limitações e suas canalhices.
Sem vontade de respirar o ar pesado das noites dividas, onde as conversas são vagas e tolas. Onde os homens se sujeitam ao frenesi alcoólico da busca por uma fêmea no cio. Estas fêmeas, que tanto coloquei a mão no fogo, que tanto respeitei sua vontade e desejo de igualdade fazem dos seus direitos o dever de se expor. Uma necessidade de vulgaridade domesticada, que seja comum aos olhos dos homens. Respeito se perde assim.
Sem vontade de trocar palavras com mentes fantasiosas que enxergam a vida como um jogo, uma passagem aleatória que se apaga sem razão. Desculpe, mas para mim ela tem uma razão de ser, não digo que devemos todos ser mártires, mas devemos ao menos aprender a viver em sociedade. Um ser social sabe quando acaba seu direito, sabe quando começa o espaço alheio, sabe que somamos mais do que podemos compreender. Mas devemos nos esforçar a entendê-lo.
Sem vontade de erguer os braços e adorar o infinito, já que tenho um infinito de perguntas dentro de mim.
Sem vontade de pesar as consequências se sei que as terei.
Sem vontade de levantar-me e ver o mundo com bons olhos, mas em meu canto faço dele o meu melhor.
Sem vontade de largar de mão os amigos que fiz ao longo destes anos, pois a afinidade e a identidade que possuímos fora construída desde jovens.
Sem vontade de me calar para um mundo tão superficial, mesmo sabendo que muitos não escutarão, rechaçarão com certeza minhas reivindicações. Rirão dos meus preceitos. Mas jamais os negarei novamente.
Sem vontade de ensinar, sem vontade de reclamar, sem vontade de continuar essa reclamação... 

Falarão

Do que falarão eles ao meu fim?
O que encontrarão para falar de mim?
Dos amores que tive,
Ou dos erros que cometi?

Do que falarão eles?
Da boa pessoa que deveria ter sido,
Ou das palavras amargas que transferi?
E das doces, aonde acolhi?

Deixe que falem, pois já me será o fim,
Que importância terá se não os ouvirei,
Deixe que digam; ‘Assim ele escolheu.’
Os motivos só cabem a mim.

Mas se de saudade falarem,
E falta eu fizer,
Algo bom devo ter plantado,
Sem nem mesmo saber.

E de que importa o que falarão?
Importa aos meus,
Aos que amei e deixarei aqui,
Talvez não lhes faça falta,
Mas sei a falta que hoje senti.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Saudade Infinda

Dor eterna de saudade infinda,
Meu peito se esmorece, fadigado de culpa... Ainda.
Dos lábios a cada dia mais distantes,
Dores consoantes.
Da rotina que não mais nos faz parte,
Das malditas lembranças que em meu peito ardem.
Saudade...

Dos sonhos que me despertam ao desespero,
Corroendo-me a alma, sem gelo...
Anestesia ou afins, nada mais é para mim.
Deixo-me a dor da falta, assim...
Corroendo cada palavra,
Debulhado em lágrimas,
Quando lembro que de tua pele alva.

Dos desejos que não mais se saciaram,
Dos momentos únicos que de passado viverão,
De toda vontade unívoca que a mim é solidão.
Meus monólogos de ausência tua,
Dos teus ‘nãos’ ditos a todo reencontro.
O tormento dessa pobre alma,
Que de morte ao passado se insinua.
Calma?

Já não sei mais onde guardei-a,
Longe do meu dia-a-dia,
Passando de mão em mão por quem de mim se aproxima.
Sinto, mas não estou pronto ainda.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Beijo Atemporal

Sem limite, imaginativo ou realístico,
Sem compromisso com tempo, não esquivo,
Foi ontem, hoje, amanhã e será além...
Quem do tempo correu ficará aquém.

Não retomo a consciência por horas, dias...
Consequências vão-se embora, tardias...
Revolvo lembranças com sede por beber-te,
Sedento dos lábios teus, entre beijos ver-me.

Pois o hoje, o ontem e o amanhã se misturam,
Indefinem-se entre passado, presente e futuro, entre si firulam.
E eu, leigo, sáfaro destes conhecimentos beijísticos
Ainda não entendo a diferença entre início, meio e fim... São místicos.

Sede de mais, por mais que o tempo nos negue,
Sede de paz, por mais que não seja o que se segue,
Sei de mais, agora.
Sei que não vou embora.

Jamais...

EU DE FATO

Eu, de fato, sou mais do que penso, do que vejo, do que falo.
Por mais que eu fale desenfreadamente, como me é de praxe,
Palavra alguma a mim satisfará, jamais em tempo algum.
Sou um em um milhão de fases,
Um eterno emaranhado de frases,
Um descrito escritor por mãos antiquadas,
Que circundam o vanguardismo das destemperanças,
Trocando sentidos, sem mesmo ter quem os pague.
Absorvendo sem maestria os sentimentos vagos,
Torcendo o nariz para os que se dizem capazes,
Penalizado com a dor dos incapazes.

Ah! E a estes o mundo deve piedade,
Mas são estes que mais força trazem.

Eu, de fato, sou antiquado.
Sou retrogrado quando de valor se trata,
Sinto a dor antes mesmo do ato,
Enlouqueço apaixonado...
Penso amores antes do libidinoso ato,
Desejo com veemência, com ardor... Com demência.
Embolo-me as pernas, tropeço... E trôpego a acho.
Pernas, braços, corpos desnudados...
Encontro-a minha, mas quem sou eu de fato?

Eu? De fato?
Sou um mar pelo qual nadaste.
Sou o mundo inteiro...
Mas que de tão inteiro sempre lhe falta algo.
Sou decadente na ascensão, correndo-me por dentro, tensão.
Intenção... Intenso eu repenso? Não!
Sou assim, por mais que eu me descreva,
Se há desejo todo o resto se apresenta aos poucos...
E só nos conheceremos de fato quando o amor tiver desfecho.

Então,
Eu, de fato, sou o que tenho de ser.
Às vezes mais, às vezes menos,
Às vezes tudo, tantas vezes nada,
Astuto? Como quem viveu lástimas.
E ao fim saberemos o quanto cada qual nos vale.