quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ri-me


Ri-me da falta de sorte,
Das desventuras sem mortes,
Ri-me das trapalhadas repetidas,
Das falácias absorvidas.

Por vezes falei contextualmente,
Outras tantas polidamente,
Omiti e desconversei falhas recorrentes,
Mas ri-me de mim, divertido, incoerente...

Os tropeços e tombos não mais agudam em dor,
Apenas se compõem aos sorrisos, sem rancor,
Ri-me hoje ao te descobrir imperfeita,
Sabido disto já eu tinha, mas tenho por hábito prolongar a desfeita.

Ri-me destoante, às gargalhadas enfadonhas,
Para ti, já não me pareces medonha.
Controlo-me buscando o ar,
Ufa! Agora podes ter certeza...
Feliz daquele que admite suas impurezas.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ímpeto


Nunca saberás do ímpeto de saltar-lhe de súbito
E sugar-lhe a alma num só beijo,
Aspirando todo teu natural perfume,
Guardando-o para sempre em meu âmago...
Protegido de todo e qualquer esquecimento.
Saciando momentaneamente a dor de não mais te ter.
Um paliativo a esta alma enferma...

Ouvir-te a voz sem nem ao menos que se dirija a mim
Já me é escandalosamente inebriante,
Então nem imaginas o que senti ao escutar-lhe poucas palavras direcionadas.
Eu por dentro em um emaranhado de sensações,
Num rigoroso mantra contínuo:
“Seja minha... Seja minha... Seja minha...”
Vibrando internamente, desejando tua saliva,
A seda da tua pele e o veludo da tua língua.

Mas nada acontece...
Minhas pernas fraquejam,
Minha coragem se intimida e desaparece...
Calo-me pensativo e deixo às preces...
Que as divindades me ouçam e um dia, quem sabe...
Você se lembre de que sou eu quem te merece.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Erga-se

Baseado na premissa de que os números não mentem fico eu aqui na corda bamba.
Dizem os números que o brasileiro está aprendendo a votar, mas também dizem os números que a grande maioria aprova o governo atual.
Pensando se caio para o lado da utopia, para o lado da realidade ou me mantenho firme até o final para ver qual será o desfecho.
Ideias para o fim até tenho algumas, mais uma vez outra premissa; a de que nada muda por aqui. Mas não custa nada incentivar a mudança...
Aliás, me custa sim, me custa paciência com pessoas limitadas e incoerentes...
Como é irritante saber que a grande maioria se diz contra a corrupção e ao primeiro momento de oportunidade de benefício próprio espezinha sem piedade seu próximo.
Como sou avesso à “malandragem”, ao “jeitinho brasileiro” que nada mais é que uma corrupção para pormenores.
 Argumentos?
“Se eu não fizesse ele faria comigo”
“Tenho que pensar no meu futuro”
“Ninguém ficará sabendo”
Desculpas medíocres dessa estirpe preenchem este país de lama.
Quão torpe e vulgar este povo se pinta. Carrega em seu DNA um misto de estagnação e corrupção. Bancando o sofrido, o injustiçado, o infeliz... Fazendo-se de pobre coitado sem ao menos ter a vergonha de se consertar depois de ter colocado tantos e tantos ladrões, salafrários, marginais e despudorados no poder.
Erga-se povo medíocre, entenda de uma vez por todas que precisas tomar partido nas decisões que lhe afetam direta e indiretamente.
O caráter não tem preço.
Saia dessa coerção psicológica em que vive.
Não basta apenas ter um ideal se tu não o colocas em prática. 

domingo, 8 de abril de 2012

Divindade


Deixe a prosopopeia da minha caneta em paz,
Ela tem vida, sim! É geniosa, teimosa e sagaz,
Diz-me o que contar na hora em que se deita à folha,
Às vezes esfíngica se põe a divagar... Mas que coisa!
É  ela quem controla e adorna minhas letras,
Eu apenas me guio dentre todas incertezas,
Sentimental canta canções próprias,
Possui... tantas histórias...
Possui...
Mais alma que muitas pessoas,
E ainda se atreve a dizer que todas são tolas.
Ah, como eu queria ter esta sensibilidade!
Minha caneta, minha divindade.

sábado, 7 de abril de 2012

Tanta Saudade

Contar-vos-ei como é viver a falta dos teus beijos,
Como é acordar sem teu cheiro e dormir sem teu gosto,
Da tristeza que assola o coração a todo amanhecer,
Das lembranças que se chegam antes mesmo do despertar,
Deixando-me em um estado apático constante,
Contar-vos-ei quantas vezes as lágrimas me escorreram a face,
Quantas vezes solucei abandonado, sozinho e tristonho...

Sobre todos os poemas que pensando em ti me atrevi a escrever,
E sobre os outros tantos que a dor não me permitiu transcrever.
Sobre a memória desagradável da sua agradável companhia,
 De como por muitas vezes sinto teu cheiro no ar,
Procuro-a e lá nunca está.

Contar-vos-ei sobre como morri depois de te perder,
De como minha alma anseia por renascer...
Mas independe de mim, só me resta o querer.

Dos pratos que aprendi a fazer, pois são teus favoritos,
De como hoje me organizo, reflexo do seu abrigo...
De como me tornei alguém melhor depois de tua passagem,
E de como hoje nada sou, pois sem você nada tenho a viver.

Das lágrimas que pesam nas pálpebras e teimam em molhar-me a face,
Inundando minha autopiedade de tanta saudade... Tanta saudade...
Quanta? Não sei mensurar, não sei a escala...
Sei apenas que ultrapassa minha alegria e é maior que minha felicidade.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mania

Arremesso-me ao infinito, pairando em devoção,
Intrometo-me em definitivo, buscando afeição,
Rogo-te a pele, para que minha boca tenha onde deslizar,
Rogo-te os lábios, e o gosto incerto de tua alma provar...

Entre risos e sorrisos ter teu prazer,
O gosto de te ver também se perder,
Tuas mãos apertando meu flanco,
Derrete-se em mim, entre solavancos...

Aparo-te do declínio e em meus braços seu torpor,
Sim, sim! É o que quero, meu amor!
Penetrar o infinito de tua consciência,
Ser teu porto e tua demência.

Mania de me lançar, mania de você,
Mania de galgar ser teu bem querer,
Teu prazer ser por longa data,
Que sejam anos, que não sejam exatas...
As horas, os dias, os segundos,
A cada amanhecer... A cada instante nesse mundo.

Tua boca na minha, delicadamente saboreada,
Como licor, um néctar, como musa alcançada,
Teu gosto é o que desejo, cada meandro sentir,
O teu corpo, sim! É o que quero em mim.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Princesa Sofia

Pequeno pedaço de mim,
Pequenina de beleza única,

Ninguém é mais bela que ela!
Ninguém é mais amada que ela!

Minha princesinha de cabelos cacheados,
Bochechas salientes e risada contagiante.

Se pudesse eu, não desgrudaria de ti um só instante,
Mas os caminhos que segui não são perfeitos,
Não são inteiros... São errantes.
Sonho com o tempo em que a terei por dias,
Quando faremos bagunça em casa,
Só para brincar de rir... 

Sonho com o tempo que se passe rápido,
Mas que se congele assim, pequenina!
Desejo teu sorriso mais do que o meu,
Pois nele me encontro, me reabasteço, me reintegro...

Pequeno pedaço meu, que tanto amo,
Princesa do pai, assim a chamo!
Se um dia voltar a chorar por alguma mulher,
Será por ti, para que saibas que é contigo que me importo.
Na ausência a presença em meu peito, constante, cortante, intensa...
Desse amor não se pode fugir, não se pode escolher,
Não se pode definir, ele simplesmente é!
Pois és, princesinha, minha felicidade encarnada.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Amo-a mais que tudo - Parte I

Em minhas mãos,
Ali estava meu coração,
Seguro, protegido...
Quando aparecera, amor meu.
Obscura, divina...
Reclamando doutrina.
E soube desde então,
Que não mais haveria outra forma,
Tu serias tudo que a mim vigora.
Do desejo mais sincero aos acalentos de outrora,
Nada mais teria gosto se por tua boca não passasse,
Nada mais teria graça se teu sorriso faltasse...
Em mãos dei-lhe o coração,
A vida e a alma... E o que mais tivesse daria,
Só de olhar-te, ter a certeza de que tudo seria.
Aqui, entregue aos teus encantos, me resumo.
Do gosto pela vida, do gesto humano,
De amar muito, sem medidas, sem tamanho.
Aqui me assumo...
Amo-a mais que o tudo!