segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ímpeto


Nunca saberás do ímpeto de saltar-lhe de súbito
E sugar-lhe a alma num só beijo,
Aspirando todo teu natural perfume,
Guardando-o para sempre em meu âmago...
Protegido de todo e qualquer esquecimento.
Saciando momentaneamente a dor de não mais te ter.
Um paliativo a esta alma enferma...

Ouvir-te a voz sem nem ao menos que se dirija a mim
Já me é escandalosamente inebriante,
Então nem imaginas o que senti ao escutar-lhe poucas palavras direcionadas.
Eu por dentro em um emaranhado de sensações,
Num rigoroso mantra contínuo:
“Seja minha... Seja minha... Seja minha...”
Vibrando internamente, desejando tua saliva,
A seda da tua pele e o veludo da tua língua.

Mas nada acontece...
Minhas pernas fraquejam,
Minha coragem se intimida e desaparece...
Calo-me pensativo e deixo às preces...
Que as divindades me ouçam e um dia, quem sabe...
Você se lembre de que sou eu quem te merece.