A falsa sensação de segurança deixada pela desesperança,
Distanciando de mim prováveis dores,
Deixando-me ao conforto solitário de aprofundar-me em mim mesmo,
Incredulidade nas palavras, nas fantasias, nas companhias...
Certeza profana de que me tornei um ser humano intangível,
Inerente a tantas peculiaridades de seres alheios.
Não sou do tipo que culpa o mundo,
Afinal de contas ele é repleto de pessoas para eu culpar.
E dos sentimentos que brotam quando os tento suprimir,
Mesmo conhecendo-os profundamente,
Mesmo sabendo que o fim trará dor,
Enfio-me em suas nuances, acolho-me em seus braços,
Esperando um futuro tão saboroso quanto o presente me é.
E o ciclo se recicla...
Sofrerei mais um pouco e depois acreditarei cegamente que aprendi.
Escolherei, com ares de interlocutor, minhas novas companhias,
Fingirei um controle atordoado,
Exalarei ares de arrogância para camuflar minha insegurança.
Descansarei a cabeça em travesseiro de pedra,
Fingindo-me relaxado, fingindo-me consciente.
Isolado dos amores terrenos, buscarei o amor divino.
Quão tolo seria a ponto de negar-me os sentidos?
Queixo-me da insegurança,
Deixo-me enganar pelo aprendizado terreno,
Dor traz conhecimento...
Amargura a alma e o salva de possíveis desilusões...
Se assim é, para que viver então?