Contar-vos-ei como é viver a falta dos teus beijos,
Como é acordar sem teu cheiro e dormir sem teu gosto,
Da tristeza que assola o coração a todo amanhecer,
Das lembranças que se chegam antes mesmo do despertar,
Deixando-me em um estado apático constante,
Contar-vos-ei quantas vezes as lágrimas me escorreram a face,
Quantas vezes solucei abandonado, sozinho e tristonho...
Sobre todos os poemas que pensando em ti me atrevi a escrever,
E sobre os outros tantos que a dor não me permitiu transcrever.
Sobre a memória desagradável da sua agradável companhia,
De como por muitas vezes sinto teu cheiro no ar,
Procuro-a e lá nunca está.
Contar-vos-ei sobre como morri depois de te perder,
De como minha alma anseia por renascer...
Mas independe de mim, só me resta o querer.
Dos pratos que aprendi a fazer, pois são teus favoritos,
De como hoje me organizo, reflexo do seu abrigo...
De como me tornei alguém melhor depois de tua passagem,
E de como hoje nada sou, pois sem você nada tenho a viver.
Das lágrimas que pesam nas pálpebras e teimam em molhar-me a face,
Inundando minha autopiedade de tanta saudade... Tanta saudade...
Quanta? Não sei mensurar, não sei a escala...
Sei apenas que ultrapassa minha alegria e é maior que minha felicidade.