Arremesso-me ao infinito, pairando em devoção,
Intrometo-me em definitivo, buscando afeição,
Rogo-te a pele, para que minha boca tenha onde deslizar,
Rogo-te os lábios, e o gosto incerto de tua alma provar...
Entre risos e sorrisos ter teu prazer,
O gosto de te ver também se perder,
Tuas mãos apertando meu flanco,
Derrete-se em mim, entre solavancos...
Aparo-te do declínio e em meus braços seu torpor,
Sim, sim! É o que quero, meu amor!
Penetrar o infinito de tua consciência,
Ser teu porto e tua demência.
Mania de me lançar, mania de você,
Mania de galgar ser teu bem querer,
Teu prazer ser por longa data,
Que sejam anos, que não sejam exatas...
As horas, os dias, os segundos,
A cada amanhecer... A cada instante nesse mundo.
Tua boca na minha, delicadamente saboreada,
Como licor, um néctar, como musa alcançada,
Teu gosto é o que desejo, cada meandro sentir,
O teu corpo, sim! É o que quero em mim.